"E se fosse eu"
"Poucos dispensam o telemóvel ou o tablet, outros focam-se em trazer muita roupa ou comida, e há quem dê mais importância em colocar na bagagem o brinquedo favorito ou até mesmo livros. Cada um de nós, se tivesse de fazer uma mala para partir, à pressa, fugindo da guerra e da destruição, faria escolhas distintas. Os alunos do Agrupamento de Escolas João da Rosa, em Olhão, não são diferentes.
Este foi um dos cerca de 600 estabelecimentos de ensino portugueses a aderir à iniciativa «E se fosse eu?», de sensibilização e alerta para a situação vivida pelos refugiados. A premissa desta ação era simples: desafiar os elementos das comunidades escolares a fazer o exercício virtual de pegar numa mala e enchê-la com aquilo que pudessem carregar e considerassem fundamental.
Em Olhão «houve uma adesão surpreendente de toda a gente», desde professores a alunos, mas também das famílias destes. Durante a manhã de quarta-feira, as salas de aula dos diferentes estabelecimentos do agrupamento de escolas, cuja sede é «uma escola intercultural», onde convivem jovens de mais de 20 países, encheram-se de “refugiados”, que mostraram o conteúdo das suas malas.